Retrospectiva: Têm as noticias tendenciosas um efeito “bomba relógio”?

Melinda Burns
Miller-McCune
Traduzido pelo grupo de tradução português
18/01/10

Não existe ninguém mais cínico sobre os média que o Europeu típico.

Apenas doze por cento dos Europeus afirmam confiar nos média, comparando com os quinze por cento de Norte Americanos, vinte e nove por cento de Asiáticos Pacíficos e quarenta e oito por cento de Africanos, descobriu a BBC.

Ainda assim uma nova investigação científica saída da Escola de Economia e Ciências Politicas de Londres sugere que mesmo o Europeu mais aguerrido sucumbe à manipulação dos média e muda as suas opiniões politicas se for bombardeado durante tempo suficientemente com noticias tendenciosas.


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Não existe ninguém mais cínico sobre os média que o Europeu típico.

Apenas doze por cento dos Europeus afirmam confiar nos média, comparando com os quinze por cento de Norte Americanos, vinte e nove por cento de Asiáticos Pacíficos e quarenta e oito por cento de Africanos, descobriu a BBC.

Ainda assim uma nova investigação científica saída da Escola de Economia e Ciências Politicas de Londres sugere que mesmo o Europeu mais aguerrido sucumbe à manipulação dos média e muda as suas opiniões politicas se for bombardeado durante tempo suficientemente com noticias tendenciosas.

Até mesmo o Europeu mais aguerrido sucumbe à manipulação dos média e muda as suas opiniões politicas se for bombardeado durante tempo suficientemente com noticias tendenciosas.

Michael Bruter, um professor sénior de politica Europeia na Escola, alimentou com uma dieta regular de noticias tendenciosas sobre a Europa e a União Europeia – ou todas boas noticias ou todas más – a 1200 cidadãos de seis países durante dois anos.

Com o passar do tempo, Bruter descobriu, e sem excepção, que o subconsciente dos leitores adoptava a influência até diferentes graus e mudava a sua visão da UE e de si próprios como Europeus, sendo que alguns atingiam extremos. Surpreendentemente, eles não registaram nenhuma mudança no momento após a paragem das noticias – apenas passados seis meses completos é que se operou uma mudança, quando obviamente baixaram a guarda.

Bruter chama a isto o efeito “bomba relógio” das noticias tendenciosas. O seu estudo pinta um quadro cru de como o cinismo, longe de inocular cidadãos a resistir a persuasões politicas, meramente atrasa o impacto.

“Nós sabemos que existe um aumento na proporção de cidadãos que desconfiam dos média, e que alguns afirmam explicitamente que descontam a tendência nas noticias que receberam,” escreveu Bruter. “Contudo, nós demonstramos que mesmo tendo em conta esta estratégia de leitura, o efeito das noticias tem efeito ao longo do tempo.

Bruter não estudou os média Norte Americanos, mas as suas pesquisas levantam questões sobre os efeitos de uma exposição a longo termo a noticias televisivas tendenciosas em canais como a Fox e MSNBC- que são actualmente primeiro e segundo nas audiências de televisão por cabo. A administração Obama chamou recentemente ao canal Fox News um oponente politico e não uma organização de noticias legitima.

O efeito “bomba relógio” questiona se o cinismo dos cidadãos dos tempos modernos os faz, efectivamente, mais vulneráveis ás mesmas fontes jornalísticas em que eles não confiam e se sentem imunizados, afirmou Bruter.

Assim, os cidadãos Britânicos, os mais cínicos de todos, podem estar de alerta à opinião anti-UE dos seus média, mas o estudo sugere que mesmo assim eles podem ser manipulados para se sentirem significativamente menos Europeus que outros, afirmou Bruter.

Os média, disse ele – e particularmente os tablóides – deveriam parar de pôr de lado acusações de parcialidade com afirmações de que “as suas audiências são maturas e sofisticadas e podem perceber o que eles dizem com um grão de sal.”

“Por contraste, as minhas conclusões sugerem que mesmo audiências sofisticadas são susceptíveis a manipulação,” afirmou Bruter. “Sendo assim, a grande lição para os média é que eles tem uma responsabilidade.”

Bruter ficou intrigado com a questão dos média e identidade depois dos cidadãos Franceses e Holandeses terem votado negativamente uma proposta de constituição para a União Europeia em 2005. Este contratempo, ele afirmou, tornou imperativo perceber se os média estavam a influenciar o “porque de alguns cidadãos se sentirem mais Europeus que outros.”

Bruter desenhou uma experiência de dois anos em que ele enviou duas vezes por semana um boletim informativo contendo noticias tendenciosas sobre a Europa e a UE a 200 pessoas nos seguintes países, Reino Unido, França, Alemanha, Bélgica, Portugal e Suécia. Estes países representam ambos os grandes e pequenos, ricos e pobres, pro-Europa e “Euro-cépticos” membros da UE.

Cada boletim informativo de quatro páginas, compilado de jornais diários e semanários europeus, incluía duas páginas de artigos exclusivas sobre a Europa e a UE, ou todos positivos ou todos negativos.

Assim por exemplo, um grupo de participantes iria ler sobre como chefes de estado Europeus concordariam em combater o tráfego de droga juntos, a Airbus a ultrapassar a Boeing como o 1ª empresa de construção de aviões no mundo, e o valor do Euro a subir, enquanto outro grupo iria ler sobre o valor do Euro a cair, a Airbus a perder uma grande encomenda na China para a Boeing, e como chefes de estado falharam em acordar como se poderia combater o crime organizado originário do antigo bloco de Leste.

Em adição, os boletins informativos com noticias positivas continham três fotografias ou desenhos de símbolos pró-Europeus tais como mapas da Europa ou fotografias da bandeira da UE (um circulo amarelo centrado num fundo azul), enquanto os boletins informativos com noticias negativas continham fotografias placebo de pessoas e paisagens.

Antes do primeiro boletim informativo ter sido enviado, os participantes preencheram um questionário desenvolvido para medir a sua cultura cívica, cultural e Europeia. Responderam a perguntas (em línguas diferentes) tais como, “Em geral, é a favor ou contra os esforços que estão a ser feitos para unificar a Europa?”, “Em geral, você considera ser um cidadão Europeu?”, “Diria que se sente mais próximo aos seus pares Europeus do que, por exemplo, ao povo Chinês, Australiano ou Americano?”

Também, aos participantes foi pedido que descrevessem a sua reacção se vissem alguém a queimar a bandeira Europeia, e a sua reacção se vissem alguém queimar a bandeira do seu próprio país.

Eles receberam essencialmente o mesmo questionário mais duas vezes – após o fim dos boletins informativos e após seis meses.

Os resultados mostraram que noticias tendenciosas não tiverem virtualmente efeito no facto de os cidadãos se sentirem mais ou menos Europeus ou mais ou menos a favor da UE, directamente após o fim da experiência de dois anos. Mas passados seis meses do ultimo boletim informativo ter sido recebido eles estavam sem duvida afectados.

Exposição constante a símbolos Europeus e da UE – bandeiras, mapas e notas de Euros – funcionaram imediatamente no sentido de fazerem as pessoas sentirem-se mais Europeias, o estudo descobriu. E depois de seis meses após a experiência, participantes que estiveram expostos regularmente aos símbolos estavam cada vez mais cientes deles na vida real. Com efeito eles foram estimulados pelos boletins informativos para os notarem.

Mas a “bomba relógio” das noticias tendenciosas, foi mais efectiva do que a exposição a símbolos em manipular membros do “vasto publico cínico Europeu”, afirmou Bruter.

“Demonstra que até mesmo a propaganda mais 'inacreditável' pode ter um efeito ao longo do tempo e que os mais falaciosos e infundados rumores podem, por exemplo, moldar opiniões até um certo ponto,” afirmou Bruter.

Hoje, a União Europeia cresceu para 27 estados membro, a partir dos seis originais que primeiro se comprometeram em cooperação económica em 1957. O tratado de Lisboa, o substituto para a falhada constituição Europeia de 2005 é esperado entrar em vigor este ano: 26 dos 27 estados membro ratificaram-no, incluindo a França e a Holanda. A Republica Checa é o ultimo estado membro que ainda não tomou uma decisão.

Mas sem ter em conta o que fazem os governos, a questão do porquê e como os cidadãos de diferentes países na Europa começarem a sentir-se menos Ingleses, Holandeses ou Portugueses, por exemplo, e começarem a sentir-se mais Europeus ainda está em aberto. Os média, afirmou Bruter, conseguem impedir ou encorajar esses sentimento com o passar do tempo.

“O efeito das noticias por fim assenta e assim influencia a identidade dos cidadãos Europeus com uma eficiência admirável no longo termo,” afirmou ele.

“Bomba relógio? O Efeito Dinâmico de Noticias e Símbolos na Identidade Politica dos Cidadãos Europeus” apareceu anteriormente este ano no jornal Estudos Políticos Comparativos.

Retrospectiva: O climagate: o prego final no caixão do "Aquecimento Global Antropogénico"?

James Delingpole
Telegraph.co.uk
Traduzido pelo grupo de tradução português
17/01/10

Se você detém algumas acções em empresas de energias alternativas, eu começaria a ver-me livre delas AGORA. A conspiração por detrás do mito do Aquecimento Global Antropogénico (AGA ou também conhecido como pelas iniciais AGW em Inglês) foi subitamente, brutal e deliciosamente exposto depois de um pirata informático ter entrado em computadores da Unidade de Pesquisa da Universidade de East Anglia (conhecida como Hadley CRU) e ter posteriormente publicado 61 megabites de ficheiros confidenciais na Internet.

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Se você detém algumas acções em empresas de energias alternativas, eu começaria a ver-me livre delas AGORA. A conspiração por detrás do mito do Aquecimento Global Antropogénico (AGA ou também conhecido como pelas iniciais AGW em Inglês) foi subitamente, brutal e deliciosamente exposto depois de um pirata informático ter entrado em computadores da Unidade de Pesquisa da Universidade de East Anglia (conhecida como Hadley CRU) e ter posteriormente publicado 61 megabites de ficheiros confidenciais na Internet. (Conselho: o que se passa com isso).

Quando se lê alguns desses ficheiros – incluindo 1079 e-mails e 72 documentos – percebe-se o porque dos cientistas em Hardley CRU preferirem manter-los confidenciais. Como diz Andrew Bolt, este escândalo pode bem ser o maior na “ciência moderna”. Estes alegados e-mails – supostamente trocados por alguns dos mais proeminentes cientistas que apoiam a teoria do A.G.A. - sugerem:

Conspiração, conluio no exagero dos dados sobre aquecimento, possível destruição ilegal de informação embaraçante, resistência organizada à divulgação, manipulação de dados, admissão privada de erros nas suas afirmações publicas e muito mais.

Um dos alegados e-mails evidencia um certo regozijo sobre a morte, em 2004, de John L. Daly (um dos primeiros cépticos sobre mudanças climáticas e fundador do site Still Waiting for Greenhouse), comentando:

“De uma forma estranha isto são noticias que alegram.”

Mas talvez as revelações mais perigosas – o equivalente cientifico do escândalo do Telegraphe com os membros do parlamento - são aquelas relativas ao modo como os “cientistas do aquecimento” poderiam de várias formas ter manipulado ou eliminado dados de maneira a apoiar a sua causa.

Aqui estão alguns exemplos. (Até agora, só nos podemos referir aos e-mails como alegados porque – apesar de o director do Hadley CRU, Phill Jones, ter confirmado a intrusão a Ian Wishart da Briefing Room - ele ainda não referiu nenhum conteúdo especifico.) Mas se genuínos, sugerem praticas dúbias tais como:

Manipulação de dados:

Acabei de completar o truque do Mike Nature de adicionar as temperaturas reais a cada serie
para os últimos 20 anos (ie a partir de 1981) e desde 1961 para o Keith para esconder o declínio.

Duvidas privadas sobre se o planeta está mesmo a aquecer:

O facto é que não podemos explicar a falta de aquecimento neste momento e é uma paródia que
não o possamos. Os dados do CERES publicados no suplemento de Agosto de 2008 da BAMS
mostra que deveria haver ainda mais aquecimento: mas os dados de certeza que estão errados. O
nosso sistema de observação é inadequado.

Eliminação de provas:

Podes apagar qualquer e-mail que possas ter tido com o Keith re AR4?

O Keith vai fazer o mesmo. Ele não se encontra no escritório de momento – pequena crise
familiar.

Podes contactar por e-mail o Gene e pedir-lhe para fazer o mesmo? Eu não tenho o endereço de
e-mail novo dele.

Nós vamos pedir ao Casper para fazer o mesmo.

Fantasias de violência dirigidas contra cientistas climáticos cépticos proeminentes.

Da próxima vez que encontrar o Pat Michaels numa conferencia cientifica, estarei bastante
tentado a dar-lhe uma sova valente. Bastante tentado.

Tentativas de esconder a verdade inconveniente do Periodo Quente Medieval (PQM):

.....o Phill e eu enviamos recentemente um artigo técnico em que usámos cerca de uma dúzia de
registos que se inserem nesta categoria, e muitos dos quais estão disponíveis até quase 2000
anos atrás – penso que tentar adoptar um período de tempo de 2000, em vez dos habituais 1000,
vai ao encontro de um argumento anterior que o Peck proferiu em relação ao memo, que seria
bom tentar conter o putativo "PQM", mesmo não tendo ainda disponível um meio de
reconstrução hemisférico que retroceda tão atrás....

E, talvez mais repreensivamente, uma longa serie de comunicações discutindo qual a melhor maneira de segregar cientistas dissidentes do processo de avaliação cientifico. Como, em outras palavras, criar um clima cientifico em que alguém que discorde com o AGA possa ser etiquetado como um lunático, de quais as opiniões não têm a mínima autoridade.

“Isto era o perigo de criticar sempre os cépticos por não publicarem na “literatura de revisão
cientifica”. Obviamente, eles encontraram uma solução para isso – possuírem a sua própria
publicação cientifica! Então o que fazemos nós em relação a isto? Penso que temos de parar de
considerar o “Climate Research” como uma publicação de revisão cientifica legitima. Talvez
possamos encorajar os nossos colegas na comunidade de pesquisa climática a não publicar ou
citar trabalhos nesta publicação. Também teríamos de considerar o que dizemos ou pedimos aos
nossos colegas mais moderados que presentemente ocupam o conselho editorial... O que pensam
os outros?”

“Eu vou enviar um e-mail à publicação dizendo-lhes que não irei ter mais nenhuma interacção
com eles até eles se desenvencilharem deste editor problemático. Isto resulta desta publicação
possuir vários editores. O responsável por este é um céptico Neozelandês bastante conhecido.
Ele publicou uns quantos artigos escritos pelo Michaels e Gray no passado. Tive conversas com
o Hans von Storch acerca disto, mas sem êxito. Outro assunto a discutir em Nice!”

O Hadley CRU formou-se com este sentido. Em Setembro – escrevi um artigo “Como a industria do aquecimento global é baseada numa grande mentira” - os investigadores do Hadley CRU foram expostos por terem seleccionado dados “a seu belo prazer” para suportar a sua falsa afirmação de que as temperaturas globais subiram mais no fim do século 20 do que em qualquer altura do último milénio. O Hadley CRU foi a organização que – em infracção a todo o comportamento aceitável na comunidade cientifica internacional – passou anos a reter dados de investigadores que considerava não ajudarem a sua causa. Isto é importante porque o Hadley CRU, estabelecido em 1990 pelo Met Office ( Departamento de meteorologia), é um organismo financiado pelo governo que é suposto ser um modelo de rectidão. O seu registo HadCrut é uma das quatro fontes oficiais de temperaturas globais usadas pelo IPCC.

Eu perguntei no meu título se isto seria o último prego no caixão do Aquecimento Global Antropogénico. Isto foi pensamento fantasioso, claro. Nos dias que antecedem Copenhaga, iremos ver mais e mais historias histéricas (e grotescamente exageradas) como esta em todos os grandes média. E veremos ainda mais campanhas virulentas conduzidas por activistas eco-fascistas, tais como esta nova campanha publicitaria risível da organização Plane Stupid em que se vê um Urso Polar que ao cair do céu explode porque, tipo, meu, é isso que tipo acontece sempre que se viaja de avião.

O planeta está correntemente a arrefecer; o eleitorado está cada vez mais relutante a suportar as eco-politicas que conduzem a regulamentação mais opressiva, impostos mais altas e projectos de maiores dimensões; a maré está a virar-se contra a teoria do Aquecimento Global Antropogénico de Al Gore. O chamado ponto de vista céptico é agora também agora o ponte de vista da maioria.

Infelizmente, temos um longo, longo caminho para percorrer antes que a opinião publica (e a verdade cientifica) seja reflectida por aqueles que nos criam as leis. Existem demasiados interesses no AGA, com muito a perder em relação a reputações e dinheiro, para que isto acabe sem um luta amarga.

Mas se o escândalo do Hardley CRU for verdade, é um golpe para a credibilidade do AGA do qual é provável que nunca recupere.

James Delingpole é um escritor, jornalista e operador de rádio que diz a verdade. È autor de numerosos livros de entretenimento fantásticos incluindo “Bem-vindos à Obamaland: Eu vi o vosso futuro e não funciona, “Como estar certo”, e as series de novelas de aventura sobre a Segunda Guerra Mundial “Covarde”. O seu site é www.jamesdelingpole.com

Retrospectiva: Economia não é ciência natural

Douglas Rushkoff
Edge
Traduzido pelo grupo de tradução português
17/01/10

Temos de parar de perpetuar a ficção de que a própria existência é ditado pelas leis imutáveis da economia. Estas chamadas leis são, na realidade, os mecanismos económicos dos monarcas do século 13. Alguns de nós analisando a cultura digital e seu impacto sobre as empresas devemos revelar a economia como a construção artificial que realmente é. Embora possa ser submetida ao escrutínio do método científico e matemático, não é uma ciência natural, é a teoria dos jogos, com um conjunto de pressupostos subjacentes que pouco têm a ver com qualquer coisa semelhante a genética, neurologia, a evolução, ou sistemas naturais.

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©Desconhecido

Temos de parar de perpetuar a ficção de que a própria existência é ditado pelas leis imutáveis da economia. Estas chamadas leis são, na realidade, os mecanismos económicos dos monarcas do século 13. Alguns de nós analisando a cultura digital e seu impacto sobre as empresas devemos revelar a economia como a construção artificial que realmente é. Embora possa ser submetida ao escrutínio do método científico e matemático, não é uma ciência natural, é a teoria dos jogos, com um conjunto de pressupostos subjacentes que pouco têm a ver com qualquer coisa semelhante a genética, neurologia, a evolução, ou sistemas naturais.

O mercado em que a maioria do comércio ocorre hoje não é uma condição pré-existente do universo. Não é a natureza. É um jogo, com regras muito particulares, postas em movimento por pessoas reais com motivos reais. É por isso que é tão incrível para mim que os cientistas, e as pessoas que se auto-denominam cientistas, se proponham estudar o mercado como se fosse algum sistema natural - como o tempo, ou um recife de coral.

Não é. É um produto não da natureza, mas de engenharia. E tratar o mercado como a natureza, como se fosse algum produto de forças puramente evolucionárias, é negar-nos o acesso à sua reformulação em curso. É como se nós tivéssemos acordado num mundo onde apenas um sistema operativo estava funcionando em todos os nossos computadores e, pior, não percebemos que qualquer outro sistema operativo alguma vez existiu ou poderia existir. Nós simplesmente aceitaríamos o Windows como uma circunstância dada, e procurariamos maneiras de adaptar a nossa sociedade para as suas necessidades e não o contrário.

Cabe aos nossos pensadores e escritores mais rigorosos não basear o seu trabalho em construções amplamente aceites, mas em grande parte artificiais. É sua tarefa de diferenciar entre o mapa e o território - para reconhecer quando uma série de pressupostos falsos está corrompendo as suas observações e conclusões. Como o grande interesse nos argumentos de Richard Dawkins, Daniel Dennett, Sam Harris e Christopher Hitchens nos mostra, há uma aceitação crescente e uma fome por pensadores que se atrevem a desafiar a crença generalizada na criação de mitologias. Que se tornou mais fácil desafiar a supremacia de Deus do que questionar a supremacia do mercado demonstra a forma, como qualquer grupo pode ser vítima de um mito de criação - especialmente quando eles são remunerados a fazê-lo.

Demasiados tecnólogos, cientistas, escritores e teóricos aceitam a premissa subjacente do nosso mercado corporativista como pré-condição do universo, ou pior, como beneficiário último de seus resultados. Se uma "economia livre" do tipo descrito por Chris Anderson e Clay Shirky realmente vem a caminho, então os próprios livros brevemente serão pouco mais do que líderes de perda para palestras corporativas de alto preço. Em tal esquema como poderiam os escritores profissionais e teóricos escapar à polarização de seus trabalhos em direcção às necessidades do mercado corporativo de palestras? É como se o valor de uma teoria ou perspectiva assenta unicamente em sua aplicabilidade para o sector empresarial.

Se está sendo feito na ignorância honesta, obediência cega ou exploração cínica do mercado, o resultado é o mesmo: a nossa capacidade de imaginar novas soluções para os mais recentes desafios é prejudicada pela dependência nas respostas aos impulsos de mercado e compatíveis com o mercado. Em vez disso, somos encorajados a aplicar as regras da genética, da neurociência, ou teoria de sistemas para a economia, e fazê-lo de uma forma perigosamente determinista.

Em seu esforço contínuo para definir e defender o funcionamento do mercado através da ciência e teoria de sistemas, alguns dos mais brilhantes pensadores de hoje tenham, talvez inadvertidamente, promovido uma mitologia sobre o comércio, a cultura e a competição. E é uma mitologia tão falsa, perigosas e, por fim mortal quanto qualquer religião.

A tendência começou nas páginas da revista de negócios digitais, Wired, que serviu para reformular novas inovações tecnologicas e descobertas da ciência em termos amigáveis aos especuladores desorientados. A Wired fundamentalmente não desafiou o mercado, que poderia fornecer os banqueiros e investidores com um mapa para o novo território, incluindo os consultores de que necessitavam para manter sua autoridade sobre a economia.

O primeiro e talvez mais influente entre eles foi Peter Schwartz, que, em 1997, com Peter Leyden, previram um " boom prolongado" de pelo menos 25 anos de prosperidade e saúde ambiental alimentada pela tecnologia digital e, mais importante, a manutenção dos mercados abertos. Kevin Kelly previu a forma como a abundância digital desafiaria os mercados escassos, e ofereceu regras claras através das quais as maiores empresas ainda poderiam prosperar à custa do fenómeno.

Stewart Brand juntou-se com Schwartz e outros e co-fundou a GBN, uma empresa de consultoria futurista cujo próprio nome Global Business Network (Rede Global de Negócio), parecia lançar o surgimento de uma economia em rede numa nova luz. O que significaria, que todos desde William Gibson a Brian Eno e Marvin Minsky seriam agora consultores para as maiores corporações do mundo? Será que eles seriam capazes de controlar as suas próprias mensagens? Brand famosamente declarou em 1984, que "a informação quer ser livre." Mas, muito menos divulgado e lembrado, fê-lo apenas depois de explicar que "a informação quer ser cara, porque é tão valiosa". Será que agora o seu trabalho e de outros seria analisado e vasculhado pelas migalhas mais eficazes na promoção de uma visão distorcida da nova economia? Será que a contracultura seria capaz de usar o seu novo acesso aos conselhos de administração da Fortune 500 para alterar o panorama de negócios, ou será que eles simplesmente se renderam à eventual absorção de tudo e todos a um primado eterno do capitalismo corporativo? Os “planos de cenários possíveis" que resultaram desse trabalho, através do qual as empresas poderão vislumbrar continuando o domínio de suas indústrias, parecem indicar o último.

Chris Anderson analisou por onde tudo isso está indo, e - em vez de oferecer uma visão de uma economia pós-escassez - aconselhou as empresas a simplesmente aproveitar a abundância para vender o que eles podem manter escasso. Da mesma forma, a nova e altamente dimensional concepção de Tim O'Reilly e John Battelle da Net - Web Squared - em última análise, oferece-se como um modelo pelo qual as empresas podem ganhar dinheiro através do controle dos índices utilizados pelo público para navegar o espaço de informação.

Tanto a ciência como a tecnologia estão desafiando as suposições há muito tempo mantidas acerca do controlo de cima a baixo, da competição e escassez. Mas é improvável que os nossos principais pensadores irão fornecer-nos axiomas verdadeiramente revolucionários para um mercado mais evoluído do que respostas reaccionárias às redes, tecnologias e descobertas que ameaçam a expor o mercado como um jogo arbitrário de poker. Elas não são novas regras para uma nova economia, mas são novas regras para sustentar antigos interesses económicos em face da descentralização maciça.

Embora possamos encontrar evidência de polarização pelo mercado corporativo na aplicação de qualquer campo de pesquisa, é a nossa perspectiva económica limitada que nos impede de apoiar o trabalho que serve valores externos ao mercado. É por isso que é particularmente traiçoeiro limitar o pensamento económico do jogo como é jogado actualmente, e de apresentar estes argumentos com certeza quase científica.

O sentimento de inevitabilidade e de pré-destino moldando estas narrativas, bem como a sua obediência final ao dogma do mercado, é mais perigoso, no entanto, na forma como ele cai a conta-gotas para os escritores e teoristas menos preocupados directamente ou conscientemente com as forças do mercado. Promove, tanto directamente como através de exemplo, uma vontade de aplicar a genética, a neurociência, ou teoria de sistemas para a economia, e de fazê-lo de modo decididamente determinista e muitas vezes superficial. Em seguida, o puxar do próprio mercado faz o resto do trabalho, inclinando as ideias de muitas das melhores mentes de hoje em direcção à agenda de quem mais oferece.

Portanto, Steven Johnson acaba inclinando-se, talvez mais do que devia, na evidência favorável às corporações de que a TV comercial e jogos de vídeo são realmente saudáveis. (Pense em quantas empresas iriam contratar um orador que afirmasse que tudo de ruim - como o marketing e comunicação social - é realmente ruim para você.) Do mesmo modo, Malcolm Gladwell encontra-se repetidamente usando recentes descobertas da neurociência para argumentar que a elevada cognição humana é mais que derrotado por impulsos répteis, que podíamos muito bem ser guiados por profissionais da publicidade, já que de qualquer modo estamos apenas agindo irracionalmente em resposta a estímulos brutos. Tudo se torna em negócio - e isso é mais do que bom.

Esta aceitação comum da ordem económica actual como um facto da natureza acaba por comprometer o impacto das novas descobertas, e mudar a relação do público com a ciência que se passa à sua volta. Estes autores não fazem crónicas (ou comemoram) o ataque frontal completo que as novas tecnologias e descobertas cientificas apresentam, digamos, à monopolização da criação de valor ou à centralização da moeda. Em vez disso, eles vendem às empresas um novo algoritmo baseado na ciência para investimento estratégico no novo cenário. Relatórios de vendas mais altos e taxas provenientes de conferências servem como reforço positivo para os autores incorporarem o preconceito do mercado com mais entusiasmo na próxima vez. Escreva livros que os negócios gostam, e você faz melhores negócios. O ciclo auto-perpetuado. Mas só porque ele paga a hipoteca não significa que seja verdade.

De facto, graças à sua aceitação cega de uma teoria de mercado em particular, a maioria destes conceitos acabam por não prever com precisão o futuro. Em vez de 25 anos de prosperidade e saúde ecológica, temos a explosão do dotcom e o aquecimento global. A imersão em meios de comunicação não é muito boa para nós. As pessoas são capazes de responder a uma chamada à acção mais complexa do que os discursos retóricos excessivamente simplificados e emocionais de ideologias de direita. O efeito de descentralização de novos meios de comunicação foi atendido por uma concentração esmagadora de conglomerados empresariais.

Estas teorias falham não pela matemática ou ciência subjacentes serem falsas, mas sim por serem aplicadas de uma forma inadequada. No entanto muitos teoristas continuam a acreditar nelas, desesperados para que alguma lógica floresça através da qual a premissa da escassez possa de alguma forma encaixar e cativar os homens de negócios. Neste processo, ignoram a questão verdadeiramente relevante: se o modelo económico, com regras de jogo estabelecidas à meio milénio por reis com exércitos, pode continuar a deter a actividade do mercado genuína de pessoas, possibilitado por computadores.

As pessoas estão começando de novo a criar e a trocar valor, e elas têm vindo a perceber que o mercado que aceitaram como facto consumado não é uma condição da natureza. Esta é a ameaça – e nenhuma quantidade de recontextualização teórica vai mudar isso – ou conseguir impedir-la com sucesso.

Criação de Mercados: Da Abundância para a Escassez Artificial

A economia em que operamos não é um sistema natural, é sim um conjunto de regras desenvolvido na Baixa Idade Média a fim de impedir o crescimento incontrolado de uma classe comerciante que estava criando e trocando valor com impunidade. Isto era o que hoje poderíamos chamar uma economia de ponto-a-ponto (peer-to-peer), e não dependiam de empregadores centrais ou até mesmo de uma moeda central.

As pessoas levavam o grão dos campos para pesar em um armazém de grãos, e saiam com um recibo – geralmente estampado em um pequeno pedaço de folha de alumínio. A folha poderia ser rasgada em pequenos pedaços e usada como moeda na cidade. Cada pedaço representava uma quantidade específica de grãos. O dinheiro entrou literalmente em existência – e o montante total em circulação reflectia a abundância da colheita.

Agora o que era interessante sobre este dinheiro é que perdia o valor ao longo to tempo. O armazém de grãos tinha de ser pago, algum grão era perdido para os ratos e desperdícios. Assim cada ano, o armazém do grão fazia uma nova emissão de dinheiro para qualquer grão que não tivesse sido reivindicado. Isto significa que o dinheiro tendia para transacções – na direcção de circulação, em vez de ser acumulado. As pessoas queriam gastar. E quanto mais dinheiro circulava (até certo ponto) melhor e mais abundante era a economia. A manutenção preventiva de máquinas, pesquisa e desenvolvimento de novos moinhos e rodas de água era elevada.

Muitas cidades tornaram-se tão prósperas que elas investiram em projectos de longo prazo, tais como catedrais. A “época das catedrais” deste período pré-renascença não foi financiada pelo Vaticano, mas sim pela actividade ascendente das vibrantes economias locais. A semana de trabalho ficou mais curta, as pessoas mais altas e a expectativa de vida aumentou. (Era a Baixa Idade Media perfeita? Não – de jeito nenhum/modo algum. Eu não estou de forma alguma advogando um retorno à Idade Média. Mas é necessária uma avaliação honesta dos mecanismos económicos estabelecidos antes do nosso se alguma vez quisermos lidar com os preconceitos do sistema que actualmente estamos confundindo com a forma como sempre existiu e sempre devera existir.)

Senhores feudais, reis recentes e a aristocracia não estavam participando nesta criação de riqueza. Suas famílias não tinham criado valor em séculos, e eles precisavam de um mecanismo através do qual pudessem manter a sua estatura própria em face de uma classe média em ascensão. As duas ideias que de eles surgiram ainda estão entre nós actualmente essencialmente da mesma forma, e ficaram tão embebidas no comércio que as confundimos com leis preexistentes da actividade económica.

A primeira inovação foi a centralização da moeda. Qual a melhor forma para os que já são ricos manterem a sua riqueza do que tornar o dinheiro escasso? Os monarcas tornaram forçosamente as abundantes moedas locais ilegais e, no seu lugar exigiram ao povo a troca de valor através de moedas centrais artificialmente escassas. Não só era mais fácil de cobrar impostos sobre a moeda emitida centralmente, mas também deu aos bancos centrais uma forma fácil de extrair valor através da depreciação (remoção do conteúdo de ouro). O preconceito da moeda escassa, no entanto, foi no sentido de acumulação. Aqueles com acesso ao tesouraria poderiam acumular fortunas através de empréstimos ou investindo passivamente em valor criado por outros. A prosperidade na periferia foi rapidamente reduzida visto que o valor era puxado em direcção ao centro. Dentro de algumas décadas depois da criação da moeda central na França surgiu a pobreza local, o fim da agricultura de subsistência e da peste. (A economia que celebramos actualmente como resultado feliz destas inovações de Renascença só entrou em vigor após a Europa ter perdido metade da sua população.)

A emissão da moeda como é praticada actualmente – realmente um serviço público – ainda é controlada em grande parte da mesma forma pelos bancos centrais. Emitem a moeda sob a forma de um empréstimo a um banco, que por sua vez faz um empréstimo a um negócio. Cada mutuário deve pagar mais do que ele adquiriu, necessitando de concorrência – e mais empréstimos. Uma economia rigorosamente forçada com uma moeda central deve expandir-se conforme a taxa de dívida; já não é governada principalmente pelas leis de oferta e procura, mas sim pelas estruturas de dívida dos seus credores e devedores. Aqueles que não conseguem crescer organicamente devem adquirir negócios a fim de crescer artificialmente. Apesar de quase 80% das fusões e aquisições não conseguirem criar valor para qualquer das partes, as regras de uma economia baseada no endividamento – e os accionistas em favor das quais foram desenvolvidas – insistem em crescimento em detrimento do valor a longo prazo.

A segunda grande inovação foi o monopólio fretado, através do qual, reis podiam conceder controlo exclusivo sobre um sector ou região a uma empresa favorecida, em troca de um investimento no empreendimento. Isso deu origem aos mercados de monopólio, como o direito exclusivo da British East India trading Company para o comércio nas colónias americanas. Os colonos que produziam algodão não eram autorizados a vende-lo a outras pessoas ou, pior ainda, fabricar roupas. Estas actividades teriam gerado valor de baixo para cima, de uma forma que não poderia ter sido extraído por uma autoridade central. Em vez disso, os colonos eram obrigados a vender o algodão à Companhia, a preços fixos, que expedia para a Inglaterra para ser fabricado em roupa por outro monopólio fretado e depois enviado para a América para venda aos colonos. Não era mais eficiente, era simplesmente mais extractivo.

A economia resultante encorajava – e muitas vezes forçava – as pessoas a aceitar emprego em corporações fretadas em vez de criar valor para si próprias. Quando os nativos das Índias começaram a produzir corda para vender à Dutch East India Trading Company, a empresa procurou e ganhou leis que tornou ilegal para todos a fabricação de corda na Índia excepto à própria Companhia. Os ex-fabricantes de corda tiveram que encerrar as suas oficinas e trabalhar como empregados da Companhia com salários mais baixos.

Acabamos por ter uma economia baseada na escassez e competição em vez de abundância e colaboração; uma economia que exige o crescimento e evita os modelos de negócios sustentáveis. Pode ou não reflectir melhor as leis da natureza – e é uma conversa que realmente devíamos de ter – mas certamente não é o resultado de um conjunto de princípios em acção completamente natural. É um sistema concebido por certas pessoas em um determinado momento da história, com interesses muito específicos.

Tal como os artistas do Renascimento, que eram obrigados a encontrar patrocinadores para apoiar o seu trabalho, a maioria dos cientistas, matemáticos, teóricos e tecnólogos dos dias de hoje devem encontrar apoio do sector público ou privado para continuar seu trabalho. Esse apoio não é ganho chamando a atenção para o Monopólio de directoria que a maioria de nós confunde com a economia real. É ganho através da aplicação de ideias para as técnicas através das quais os seus patrões possam melhor jogar o jogo.

Isto influenciou suas observações e conclusões. Tal como John Nash, que realizou experimentos com a teoria de jogos para a RAND em 1950, estes consultores de negócios vêem concorrência e egoísmo onde não existe algum, e rejeitam toda a evidência que aponte ao contrário. Embora mais tarde ele retratou suas conclusões, Nash e seus colegas não podiam acreditar que seus sujeitos de investigação iriam escolher um curso de acção colaborativo quando apresentados com o “dilema de prisioneiros,” e simplesmente ignoraram os seus resultados iniciais.

Da mesma forma, os defensores do liberalismo digital de hoje exploram qualquer evidência que possam encontrar de princípios evolutivos que reflictam a competitividade fundamental dos seres humanos e outras formas de vida, ignorando a evidência rigorosamente acumulada da cooperação como uma primária habilidade social humana. O falecido arqueólogo Glynn Isaac, foi um que, demonstrou como a partilha de alimentos, distribuição de trabalho, redes sociais e outras actividades colaborativas são o que deu aos nossos antepassados evolutivos a capacidade de sobreviver. A investigação do biólogo Ian Gilby de Havard sobre a caça entre os morcegos e os chimpanzés demonstra formas avançadas de cooperação, acção colectiva e partilha de carne desproporcional aos riscos tomados para a matar.

Em vez disso, é mais popular concentrar-se na batalha egoísta pela sobrevivência do mais apto. Queira ou não que seu trabalho seja usado desta forma, os argumentos de Steven Pinker sobre a diminuição da violência entre os seres humanos ao longo do tempo são usados por outros como provas da influência pacífica do mercado livre na civilização. Ray Kurzweil relega toda a raça humana a um papel secundário na evolução muito mais significativa de máquinas – uma atitude desumana que se encaixa muito bem com um mercado industrial em que a maioria dos seres humanos é relegada ao papel reactivo de consumidores.

Na visão de Chris Anderson, da vinda da “era Pepabyte”, nem serão necessários cientistas humanos. Isto porque as estruturas que emergem de conjuntos de dados multi-dimensionais serão auto-organizados e auto-aparentes. As propriedades emergentes de sistemas naturais e mercados artificiais são tratados de forma intercambiável. Tal como a “mão invisível”[1] de Adam Smith, ou a noção “catalaxia”[2], do economista austríaco Friedrich Hayek, os mercados estão predestinados a atingir equilíbrio pela sua própria natureza. Assim como qualquer outro sistema natural complexo.

Em resumo, estas teorias económicas estão seleccionando exemplos da natureza para confirmar as propriedades de um mercado totalmente concebido deliberadamente: actores egoístas, o equilíbrio inevitável, a escassez de recursos, a competição para a sobrevivência. Ao fazer isso, eles confirmaram – ou, no mínimo, reforçaram – a falsa ideia de que as leis de um regime fiscal artificialmente escasso são a herança de uma espécie em vez de uma construção social imposta pela força da pólvora. No mínimo, a linguagem da ciência confere autoridade imerecida sobre estes pressupostos económicos aceites cegamente.

O Efeito de Rede

O pior de tudo é quando aparece um recurso potencialmente desestabilizador e descentralizador como a internet, este estilo de inquérito de meia-verdade e desinteressado segue a historia apenas até ser descoberto um meio para deter o seu desenvolvimento e novas estratégias possam ser oferecidas.

O sistema de valores do código aberto, através do qual, qualquer pessoa que entenda o código pode efectivamente redesenhar um programa para o seu próprio gosto, é remontado por Jeff Howe como “crowdsourcing”[3] através do qual as empresas podem aproveitar mais uma vez o potencial enorme de pessoas reais, actuando em conjunto, de forma gratuita. Meios de comunicação viral são reinventados por Malcom Gladwell como “contagio social,” ou por Tim Draper como “marketing viral” – técnicas através das quais o marketing de massa pode uma vez mais voltar a definir a escolha humana como uma série de decisões de consumo.

A tendência de descentralização dos novos meios de comunicação é assim aceite e interpolada apenas até a guarda intelectual do mercado poder conceber uma nova contra-medida para seus patrões utilizarem em nome da preservação de negócios como de costume.

Entretanto, os mesmos peritos corporativistas e libertistas usando as teorias de evolução de Richard Dawkins para falsamente justificar a lógica caótica do capitalismo através de seus artigos técnicos, também aconselham os políticos a como explorar as crenças dos criacionistas cristãos fundamentalistas, a fim de obter apoio publico para a auto-suficiência como um estado de graça pessoal, e para galvanizar a suspeita de um estado auto-financiador da sua assistência social. Isto é cínico na melhor das hipóteses.

Não é necessário ser um génio ou um cientista para entender que as regras do jogo económico como é actualmente jogado não reflectem os valores humanos nem as leis da física. O mercado não pode expandir-se infinitamente como os redshifts no universo do Telescópio Hubble. Quantas outras espécies tentam acumular gordura suficiente durante seus anos produtivos de modo que eles possam simplesmente se “aposentar” em seus recursos acumulados?
Como poderia uma métrica como o PNB (produto nacional bruto) reflectir exactamente a saúde da economia real quando os derramamentos tóxicos e doenças epidémicas semelhantes contam como um boom a curto prazo?

A internet pode ser semelhante a um rizoma mas ainda é alimentada por uma moeda que é tudo menos um jogador neutro. A maioria dos entusiastas do negócio da internet aplaudem os esforços do Google para construir sistemas abertos da mesma forma que seus antecessores aplaudiram a oferta do Banco Mundial de mercados abertos às nações em desenvolvimento ao redor do mundo – totalmente inconscientes (ou sem vontade de olhar) ao que exactamente estamos abrindo o nosso mundo.

A internet (se estamos falando da Web 2.0, Wikipedia, redes sociais ou laptops) oferece às pessoas a oportunidade de construir economias baseadas em regras diferentes – comercio que existe fora do mapa económico que confundimos com o território da interacção humana.

Nós podemos iniciar e até mesmo dimensionar empresas com pouco ou nenhum capital, tornando obsoletos os bancos e o capital de investimento em que os negócios dependem. Essa é a verdadeira razão para a chamada crise económica: há menos mercado para a dívida em que o jogo de topo pesado é baseado. Nós podemos desenvolver moedas locais e complementares, redes de troca, e outros sistemas de intercâmbio de forma independente de um banco central, e realizar transacções seguras com os nossos telemóveis.

Ao fazer isso, tornamo-nos capazes de imaginar um mercado baseado em algo excepto a escassez – um requisito se alguma vez iremos encontrar uma forma de utilizar o fornecimento abundante de energia. Não é que não tenhamos os meios tecnológicos para fontes de energia renovável mas sim a falta de um conceito de mercado capaz de competir com a abundância. Tal como nos lembra Buckminster Fuller: estes não são problemas da natureza, são problemas de design.

Se a ciência pode enfrentar Deus, esta não deve temer o mercado. Afinal ambos são criações do homem

Temos de parar de perpetuar a ficção que a própria existência é ditada pelas leis imutáveis da economia. Estas chamadas leis são, na realidade, os mecanismos económicos dos monarcas do século 13. Alguns de nós analisando a cultura digital e o seu impacto sobre os negócios deve revelar a economia como a construção artificial que realmente é. Embora possa ser submetida ao escrutínio do método científico e matemático, não é uma ciência natural, é uma teoria de jogo, com um conjunto de pressupostos que pouco tem a ver com qualquer coisa semelhante a genética, neurologia, evolução ou sistemas naturais.

A tradição cientifica expôs o facto astronómico impopular que a terra não era o centro do universo. Esta posição desafiou a ordem social e os seus defensores foram recebidos com menos de uma recepção de boas vindas. Hoje, a ciência tem uma oportunidade semelhante: para expor as falácias subjacentes do nosso modelo económico em vez de produzir estratégias de curto prazo para mitigar os efeitos das invenções e descobertas que ameaçam esta herdada alucinação do mercado.

O modelo económico foi quebrado, para sempre. É hora de parar de fingir que ele descreve o nosso mundo.




[1] - Mão invisível foi um termo introduzido por Adam Smith em "A Riqueza das nações" para descrever como numa economia de mercado, apesar da inexistência de uma entidade coordenadora do interesse comunal, a interação dos indivíduos parece resultar numa determinada ordem, como se houvesse uma "mão invisível" que os orientasse. (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3o_invis%C3%ADvel)

[2] – Catalaxia é uma teoria praxeologica (ciência que estuda a estrutura lógica da acção humana) sobre a maneira como o mercado fixa os preços e os intercâmbios num mecanismo de ordem espontâneo, que normalmente ocorre sem necessidade de objectivos comuns nem planificados entre os actores económicos. (fonte: http://es.wikipedia.org/wiki/Catalaxia)

[3] – Crowdsourcing é um neologismo para o acto de agarrar em uma tarefa tradicionalmente efectuada por um empregado, e entregar-la a um grupo de pessoas ou comunidade (multidão, em Inglês crowd) pedindo contribuições. (fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Crowdsourcing)

Retrospectiva: Verdade ao poder: Psicopatas dominam o nosso mundo

Niall Bradley
SotT.net
Grupo de tradução português
17/01/10

Ao ver a classe política Europeia contorcer-se depois de a Irlanda ter votado não no referendo ao Tratado de Lisboa no ano transacto, não pude deixar de sentir que alguns deles sabem alguma coisa que nós não: existe uma agenda que tem de ser cumprida. Os Irlandeses não podiam ser ameaçados a selar o contracto da nova Europa, mesmo assim, é como sempre com os eurocratas fanáticos, que inflexíveis pensam que nada lhes irá barrar o caminho. A “publicidade” incessante da média prevê ruína económica caso a Irlanda não vote correctamente da segunda vez.

É evidente, para aqueles com olhos para ver, que discórdia política entre cartéis criminosos rivais é puramente para consumo público. Pão e circo. As políticas não são moldadas pela política dos partidos. As decisões são tomadas por apenas alguns: o resto das pessoas ou se ajustam ou passam fome. Armas de destruição maciça financeira, são mobilizadas por banqueiros centrais e capitalistas de desastre sobre o disfarce de protecção dos mercados e melhoramento da eficácia do sistema, aspiram a riqueza de nações – o trabalho que é produzido pelas pessoas – para cada vez menos mãos.

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Ao ver a classe política Europeia contorcer-se depois de a Irlanda ter votado não no referendo ao Tratado de Lisboa no ano transacto, não pude deixar de sentir que alguns deles sabem alguma coisa que nós não: existe uma agenda que tem de ser cumprida. Os Irlandeses não podiam ser ameaçados a selar o contracto da nova Europa, mesmo assim, é como sempre com os eurocratas fanáticos, que inflexíveis pensam que nada lhes irá barrar o caminho. A “publicidade” incessante da média prevê ruína económica caso a Irlanda não vote correctamente da segunda vez.

É evidente, para aqueles com olhos para ver, que discórdia política entre cartéis criminosos rivais é puramente para consumo público. Pão e circo. As políticas não são moldadas pela política dos partidos. As decisões são tomadas por apenas alguns: o resto das pessoas ou se ajustam ou passam fome. Armas de destruição maciça financeira, são mobilizadas por banqueiros centrais e capitalistas de desastre sobre o disfarce de protecção dos mercados e melhoramento da eficácia do sistema, aspiram a riqueza de nações – o trabalho que é produzido pelas pessoas – para cada vez menos mãos.

Enquanto partilhamos uma realidade simbiótica, mutuamente ligada por leis e convenções, a deles é bem diferente. Persegue a sombra da nossa, alimentando-se da economia real que fica sobe ela através da manipulação do fornecimento de dinheiro, que é controlado por bancos privados. Quedas de marcado são parte integrante do sistema. Regras pensadas para regular economias e prevenir volatilidade são periodicamente alteradas. Histeria é induzida em pessoas através da sugestão repetida pela mídia de previsões de iminente catástrofe. No pânico resultante trazido pelo choque, janelas de oportunidade abrem-se para que alguns refaçam as regras a seu favor, estendendo e entrincheirando o seu controle sobre a economia real.

Com todos os governos em débito para com eles e maior parte deles ignorando a sua existência, eles fomentam caos à vontade, incitam ou tranquilizam populações de acordo com as suas necessidades, e manobram legislações apropriadas para com a sua ganância insaciável; pequena mudança aqui, mudança incremental ali… até que eventualmente os parâmetros são radicalmente restabelecidos. Neste diabólico, mas cientificamente metodológico, método eles progridem em direcção à neutralização de toda a resistência contra o “curral global de humanos digitalizados”.

Os políticos sabem que não se deve morder a mão que nos alimenta, a fim que não desaparecem pelos meandros da história. Meros peões – idiotas úteis para mestres estrategas – são despedidos e contratados como gestores de percepção e agentes de relações públicas, para criar a ilusão de liberdade de escolha. Com um elenco de rufiões treinados com aguilhões de gado e exércitos secretos na forja, o show político de marionetas oferece uma aparência de credibilidade e uma distracção conveniente de verdades inconvenientes.

O como, possui, um porque

O poder é um vício, que os seus abusadores não conseguem compreender nem controlar. Eles são programados para uma implacável dominação hegemónica sobre os outros. Um guia pratico quando se segue a teia de aranha que eles tecem: se se conhece o nome da instituição ou ligar um nome a uma cara, então está-se a olhar para um adereço num palco. Os instigadores originais permanecem ilusórios. Mas ao desfazer as mentiras, o trilho de migalhas deixado rende gemas simples: o “mercado livre” significa realmente liberdade para os poucos roubarem tudo dos muitos. O jogo está viciado para que as pessoas percam de qualquer forma.

“Nós decidimos sobre alguma coisa, pomo-la lá fora, depois esperamos durante algum tempo para ver se algo acontece. Se não houver muita gritaria e rebeliões, porque muitos não compreendem de todo o que foi decidido, depois nós continuamos – degrau a degrau – até que não haja mais resistência.

Jean-Claude Juncker, Presidente do concelho Europeu em 2005, citado no Der Spiegel 52/1999

De tirar o fôlego, não? E maquiavélico. E imoral. E impetuosamente infantil. Como pode um tal insensível desrespeito pelos outros ser expresso por aqueles eleitos para representar o povo? A Europa, de todos os lugares, certamente não tolera mais uma tal mendácia anti-democrática!

Mas, e se fosse possível entender o comportamento bizarro daqueles que de uma única vez nos pasmam e atraiçoam? Podem as leis naturais lançar alguma luz no porquê de as pessoas a quem confiamos cada vez maiores esferas de controle social atingirem cada vez maiores profundidades de hipocrisia e irresponsabilidade?

O mundo tem apenas um problema – Psicopatas

Ponerologia(*) é um ramo de uma ciência que provém da psicologia, biologia e ciências sociais. Nascida na própria moldura que estuda, Ponerologia Politica, Uma Ciência do Mal Ajustada Para Propósitos Políticos , foi escrito por um brilhante psicologista chamado Andrew Lobaczewski. A trabalhar secretamente em rede com colegas na Polónia e noutros países ocupados por Nazis e Soviéticos durante a Segunda Guerra Mundial, a sua pesquisa deu luz a frutos tremendamente valiosos que, ao mesmo tempo, re-conceptualizam e reforçam o nosso entendimento dos factores causais e processos da génese do mal moral e Psico-biológico.

A ponerogénesis do fenómeno macro-social – mal em larga escala – que constitui o objecto mais importante deste livro, parece estar sujeito ás mesmas leis naturais que operam dentro das questões humanas num nível individual ou em pequenos grupos. O papel de pessoas com várias deficiências e anomalias psicológicas de um baixo nível clínico parece ser uma perpetua característica deste fenómeno.
Ponerologia Politica – p.31
(*) n. divisão da teologia que lida com o mal; doutrina teológica da perversidade ou mal; do grego: poneros, com o significado de 'mal'

Estes pioneiros descobriram um ponto fraco na nossa percepção do mundo, que apenas se emprestou a estudo quando circunstâncias históricas transformaram os seus países de democracias para regimes totalitários, e os factores patológicos subjacentes que produziram uma Governação (Governo) por (pelo) Terror foram desmascarados.

A Ponerologia Política examina a natureza do mal – uma condição tradicionalmente considerada um assunto teológico – à luz de conhecimento médico moderno sobre doença e psicopatia. Procede a mapear as “patodinâmicas da psicopatologia” - como a influencia patológica de psicopatas infecta a consciência através da sociedade, transformando o comportamento de indivíduos e a capitular as melhores intenções nos seus opostos corrompidos. Apresentando o panorama da realidade psicológica, a perspicácia científica deste livro guia o leitor pelos escuros meandros, previamente não cartografados, do nosso mundo.

Lobaczewski & Co. verificaram que um pequeno, mas estatisticamente constantes 6% da população Polaca era constituída por vários tipos de personalidades desviantes. Uma percentagem destes era psicopatas genéticos. Sim, leram correctamente. Existem pessoas que nascem sem consciência. Embora os menos numerosos das pessoas com desordens psicológicas, o seu papel na ponerogenesis, a infecção e alastramento do mal, é excepcionalmente grande. Estes são verdadeiros psicopatas; máquinas biológicas incapazes de empatia.

“Parece que consciência e sentimentos estão relacionados com os conceitos abstractos de 'futuro' e 'outros'. È ‘espaço-temporal’. Nós conseguimos sentir medo, simpatia, empatia, tristeza, e por ai em diante porque conseguimos IMAGINAR, de um modo abstracto, o futuro baseado nas nossas experiências do passado. Nós conseguimos prever como os outros vão reagir porque conseguimos 'ver-nos' neles, mesmo estando eles 'lá fora'. Por outras palavras, não conseguimos apenas identificarmos-nos com outros espacialmente, por assim dizer – mas também temporalmente – no tempo. O psicopata parece não ter esta capacidade.”
O Psicopata: A Mascara de Sanidade – Projecto de Pesquisa da Quantum Future School

Constata-se que eles não compreendem o conceito de 'facto'. Onde nós nos baseamos em factos para interpretar a realidade, ajustando os seus parâmetros de acordo com cada novo facto, a realidade para os psicopatas é o que quer que seja que eles declarem. Isto foi magistralmente demonstrado por um membro da administração Bush numa entrevista com o jornalista Ron Suskind:

No verão de 2002, depois de ter escrito um artigo no Esquire que a Casa Branca não gostava sobre o anterior director de comunicações, Karen Hughes, tive uma reunião com um assessor sénior de Bush. Ele expressou o desagrado da Casa Branca, e depois disse-me qualquer coisa que na altura não compreendi completamente – mas que agora acredito está no cerne da presidência Bush. O assessor disse que pessoas como eu estavam “no que nós chamamos a comunidade baseada na realidade,” que ele definiu como pessoas que “acreditam que as soluções emergem do vosso estudo judicioso da realidade discernível.” Assenti e murmurei algo sobre princípios de esclarecimento e empirismo. Ele cortou-me a palavra. “Esse já não é o modo como o mundo funciona,” ele continuou. “Nós somos um império agora, e quando agimos , nós criamos a nossa própria realidade. E enquanto está a estudar essa realidade – judiciosamente, como você quer – nós agiremos de novo, criando outras novas realidades, que também pode estudar, e é assim que as coisas se vão passar. Nós somo os actores da história … e vocês, todos vocês, vão ser deixados a estudar o que nós fazemos.”

Retirado de Fé, Certeza e a Presidência de George W. Bush – New York Times magazine, Outubro 17, 2004

Enquanto eles promovem vigorosamente certas ideologias, os próprios psicopatas não sentem ligação ás palavras que proferem. Em vez disso calculam respostas emocionais apropriadas para cada situação, possibilitando-os manipular um contra o outro, cada 'lado' em qualquer conflito fornecendo a cobertura necessária para a sua velada estratégia. Assim protegidos por uma Mascara de Sanidade, a vasta maioria deles é bem sucedida, na medida em que a sua verdadeira natureza não é descoberta até ser tarde de mais.

O Dr. Robert Hare, autoridade de renome em psicopatologia, não está a exagerar as suas palavras quando denomina este tipo diferente de humano como um predador “intra-espécie”. O seu livro “Sem Consciência” cita casos de estudo onde psicopatas absorveram todas as tentativas de os 'curar' através de psicoterapia para aprenderam novas e mais eficazes maneiras de manipulação. Uma vez ele apresentou um artigo a um jornal cientifico onde incluía EEGs de vários grupos de homens adultos a desempenhar uma tarefa de linguagem. O editor do jornal mandou para trás o artigo dizendo que, “Esses EEGs não podem ter vindo de pessoas reais”. Num sentido não vieram. Eram EEGs de psicopatas.

“Mais e mais dados conduzem à conclusão que a psicopatia tem uma base biológica, e tem muitas características de uma doença.”

Sabine Herpetz, psiquiátrica na Universidade RWTH-Aachen, Alemanha
Citado de Into The Mind Of a Killer – revista Nature, 15 de Março, 2001

Inconscientemente nós presumimos a universalidade da consciência, expondo-nos a um predador que nos pode explorar numa miríade de formas apelando à nossa consciência. Através do seu estratagema de piedade típico, os psicopatas empossam as pessoas a subverter o único factor que as distingue – consciência -contra elas próprias! Nós estamos prisioneiros numa teia de culpa, vergonha e medo que é em última analise produzida por nós. Os psicopatas raramente precisam de recorrer a violência para obterem o que querem em interacções de um para um; os com maior sucesso mantêm os seus impulsos homicidas controlados até chegarem aos corredores do poder onde aparecem oportunidades para cometer homicídio em massa por mandato.

Naturalmente isto pode ser difícil para alguns aceitarem. Nós agarramos-nos tão desesperadamente à crença da inerência da bondade de toda a gente, deixando-nos cegos ao que é. Mas existe um cisma fundamental entre o nosso mundo e o deles que não pode ser ultrapassado. Martha Stout, no seu livro seminal “The Sociopath Next Door” (“O Sociopata da Porta ao Lado”) conclui que a “Presença ou a ausência de consciência é uma divisão humana profunda, indiscutivelmente mais significante que a inteligência, raça, ou sexo.”

Durante um longo período de tempo eu não queria acreditar: eles não podem ser curados. Eles não se vêm como doentes. Em vez disso, nós somos a doença, a cura para a qual é a guerra total não contra inimigos fantasmas, mas contra nós.

Só é necessário um punhado

No fenómeno macro-social que mais tarde chamaremos de ‘patocracia’, uma certa anomalia hereditária isolada como 'psicopatia essencial' (*) é essencialmente catalítica e causativa para a génesis e sobrevivência do mal social em larga escala.

(*) Psicopatas desde a nascença

Ponerologia politica – p.31

Reconhecendo os seus, os psicopatas rapidamente ascendem na escala social e aglomeram-se à volta dos níveis de governação de uma sociedade, a partir de onde a sua influência maléfica sobre sociedades inteiras se metastatiza. 'Selecção negativa' assegura com que eles activamente treinem e posicionem mais psicopatas e outros desviantes patológicos de menos grau, submissos aos seus propósitos até que um número crítico de pessoas com desordens patológicas é atingido e uma Patocracia nasce.

A patocracia sobrevive graças ao sentimento de se sentir ameaçada pela sociedade das pessoas normais, tal como por outros países onde vários tipos de sistema do homem normal persistem. Para os “governantes” ficar em cima é o clássico problema de “ser ou não ser”. Assim a destruição biológica, psicológica, moral e económica da maioria das pessoas normais, para os patocratas torna-se numa necessidade biológica.

Muitos meios servem este fim, começando por campo de concentração e incluindo guerra contra um obstinado e bem armado inimigo que vai debilitar e devastar o poder humano a ele arremessado, nomeadamente o mesmo poder que compromete a dominação dos patocratas: os filhos do homem normal enviados para lutar numa ilusória “causa nobre”. Uma vez mortos, os soldados serão decretados heróis para serem referenciados em choros, útil para criar uma nova geração de fiéis à patocracia e sempre disponíveis a irem ao encontro das suas mortes para a proteger.

Political Ponerology (Ponerologia Politica) – p. 146

Em ultima analise, eles estão aterrorizados da natureza inerentemente criativa da humanidade. Na sua motivação implacável para conquistar este terror, eles têm de subsumir aquilo que não podem ter aniquilando a humanidade, a qual mera existência lhes lembra do seu deficit diariamente.

Eles sonham de um futuro no qual possam agir de acordo com a sua própria natureza sem medo da perseguição dessas 'outras pessoas'. Governo, media, corporações, educação, agências de inteligência, ideologias, religiões, movimentos sociais e políticos – nada é imune á sua influência e todos são aproveitados para o seu objectivo de dominação mundial, inconscientemente ou de outra maneira. O único antídoto para a infecção é o conhecimento da doença e das suas dinâmicas patológicas.

Parece que a Mãe Natureza optou pela variedade de espécies quando em vez da consciência, ou preferencialmente, potencial de desenvolvimento em direcção à consciência, ela dotou alguns com um talento de predar nas fraquezas dos outros. A experiência traumática colectiva de coexistência com o nosso predador natural trouxe finalmente a nossa percepção à beira de compreender que nem todos somos humanos. Quando a percepção do predador no nosso meio estiver espalhada, o jogo acaba. Os psicopatas no poder sabem disto. As suas tácticas de choque crescem em arrojo na urgência de completar a agenda.

Ninguém sem ser nós próprios pode libertar as nossas mentes

Sem consciência para impedir a sua trajectória cheia de ódio, o ónus está em nós para nos libertarmos da teia tomando responsabilidade pelas nossas próprias acções. Escolhendo acreditar nas suas mentiras que prometem alívio da dor, nós repetidamente rendemos a nossa responsabilidade e atiramos o nosso poder pela janela fora. Assim desempenhamos o nosso papel na génesis do mal. Se queremos reclamar este poder, temos de reconhecer os predadores pelo que eles são, tanto para nós como para os outros.

Por agora a história está do nosso lado. Cada vez que a patocracia coalesce, tem apenas um caminho a seguir: para baixo. Pensamento fantasioso, o calcanhar de Aquiles da Patocracia Global, sugere que o destino será o mesmo. O que resta ser visto é durante quanto tempo nós vamos dançar com o diabo até nos lembrar-mos que o nosso sofrimento acaba quando nos voltarmos para enfrentar a verdade.